domingo, 3 de novembro de 2013

Do medo à gratidão!

Fiquei bastante tempo sem escrever, sei porque, porque achava que não precisava mais, que estava bem assim. Mas agora volto a ter necessidade de escrever e expor os meus pensamentos, principalmente por não saber lidar com todos eles sozinha.
Nessa última sexta feira, 01/11/13 eu fui assalta, parece algo banal, mas não deveria ser! O assalto aconteceu na Tijuca, RJ. Estava indo encontrar uma amiga, paramos em frente ao prédio dela só para ela abrir o portão, ela já até estava com a chave na mão, daí um cara que estava na garupa da moto com um outro, desceu e veio pela minhas costas passou os braços como se fosse me abraçar por trás e puxou o meu celular que tava na minha mão pois tive que ligar para minha amiga na hora que cheguei. 
Ele acertou o meu rosto como se tivesse me dado um soco e machucou minha boca e bateu no meu olho. Eu fiquei de sem conseguir dormir até as 17 da tarde de sábado, pois toda vez que tentava dormir me dava vontade absurda de chorar, lembrava da cena e me incomodava, era como se tivesse pesadelo antes de dormir. Já fui assaltada antes, mas não sei porque dessa vez mexeu muito mais comigo do que antes. Não sei, talvez o fato dele ter me agredido, me tocado, torne tudo mais real e surreal ao mesmo tempo. E toda vez que fecho os olhos vejo o rosto dele de forma meio indefinida só consigo ver olhos com raiva. E isso me incomoda muito. Depois que consegui dormir e acordei, conversando com a minha mãe me dei conta o que estava de fato me incomodando, era medo, me dei conta que poderia ter morrido, pois caso ele estivesse armado, com certeza tinha tomado um tiro, porque como estava de costas no momento e não vi o que estava pra acontecer, a minha reação foi segurar e por isso ele teve que puxar minhas coisas mais de uma vez, acredito que caso ele estivesse armado a reação dele seria disparar.
Talvez tenha gente que possa pensar que estou valorizando a situação ou reagindo de forma exagerada, talvez se não fosse comigo até pensasse igual, mas isso realmente mexeu muito comigo.
Depois que o medo foi passando, comecei a ficar realmente indignada, pois se essa pessoa tem família, ele com certeza não gostaria que acontecesse o mesmo, com sua esposa, filha ou seja la quem for, mas faz com os outros e eu não tenho tanta certeza se realmente tem algo a ver com necessidade. Fiquei com muita raiva de tudo e de todos, achei tudo isso muito injusto e só fiquei pensando em como queria que ele sofresse. Mas depois a raiva também foi passando e comecei a pensar no lado bom, nada me aconteceu, estou viva, minha família que me ama muito me acolheu e me recebeu pra me consolar, meus amigos me apoiaram o tempo todo, tanto de perto como de longe e no final só consegui sentir pena da pessoa que me roubou, pois ele com certeza não tem tudo que eu tenho, sinto pena que ele faça isso com os outros porque isso mostra que ele tem muito menos do que só problemas com dinheiro, ele tem problemas com tudo, porque alguém que faz isso com outra pessoa com certeza não tem amor e nem família, pois pensaria em duas vezes em machucar outra pessoa só pra se dar bem. Gostaria sim que de alguma forma a justiça fosse feita, mas quanto mais eu penso e percebo o quanto eu tenho a mais que ele, me pergunto se essa justiça já não havia sido feita mesmo antes do que aconteceu.

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