terça-feira, 17 de abril de 2012

Crianças, vídeo-game e seus pais


Eu acho muito engraçado e curioso quando um pai diz - "meu filho (normalmente é menino, apesar d'eu poder me encaixar facilmente aqui) não quer fazer nada além de jogar vídeo-game, nem sair (brincar) com os amigos". Vou explicar o porquê d'eu achar isso engraçado. Primeiro, quem deu o vídeo-game para criança? Ela não trabalha, não tem seu próprio dinheiro, logo não foi ela que comprou. Segundo, quem define ou deveria definir os horários da criança? Acredito eu, na minha ingenuidade de filha, que deveriam ser os pais. Terceiro, quem potencialmente influenciou e até mesmo (muitas vezes) condicionou esse comportamento? Sim, meus queridos pais, vocês ajudaram nisso sim. Deixa eu explicar melhor.
Já vi, muitas vezes, pais tomarem a seguinte atitude (lembrando estou generalizando, sem generalizar - porque quero dar um exemplo genérico, que vale para todos, mesmo sabendo que nem todos irão se encaixar) - o pai ou mãe, está em casa vendo filme, novela, jornal, etc, ou chega do trabalho, ou simplesmente quer ficar a toa olhando a poeira no ar, quando vem o querido filho e começa a "perturbar" o momento de paz e sossego do pai/mãe, o que os pais fazem então? Fala a seguinte frase - "Filho você não tem mais o que fazer não, tipo jogar vídeo-game, sei lá?" - então o filho sai fora, vai jogar vídeo-game, é óbvio que isso já é algo que ele gosta de fazer e talvez nem precisasse disso para ir jogar, mas pensa bem, naquele momento ele/ela não estava jogando, ele/ela estava apenas tentando conversa, pedir ajuda com estudo ou qualquer coisa do tipo para o pai/mãe, mas este não estava a fim de ouvir, se isso acontecesse uma, duas, dez vezes a criança ao poucos vai deixando de querer conversa com o pai/mãe, e este por conseguinte irá reclamar do filho, que só quer jogar vídeo-game.
Gente, eu sei que provavelmente eu estou exagerando nesse exemplo, porque eu sei que a criança não precisa ser ignorada para começar a jogar, mas esse tipo de coisa aumenta a vontade da criança de se isolar no seu jogo, porque se o pai e a mãe, que são os ideais de fidelidade e companheirismo da criança, simplesmente a ignora, ela vai se trancar cada vez mais no seu próprio mundinho de ficção, que o vídeo-game dá.
Também queria lembrar, até mesmo por conta do início do post, não estou dizendo para os pais não darem vídeo-game ou jogos para seus filhos, o que eu estou dizendo aqui é que os pais precisam impor limites, conversando com os filhos e ensinando, até mesmo enquanto o filho/filha joga. Sim, queridos pais, vocês podem interagir com seus filhos, sobre o jogo, sem precisar nem saber jogar, basta sentar perto enquanto o seu filho/filha joga, perguntar do que se trata e acompanhar pelo menos um pouco.
Basicamente o que eu estou dizendo é, parem de usar o vídeo-game, computador, televisão como babá dos seus filhos, tentem interagir mais com eles, sei que a vida tem seus contra tempos e você não poderá estar ao lado do seu filho sempre, mas tente fazer um esforço para quando estiver perto esse momento valha a pena.

3 comentários:

  1. Eh legal esse tema que você abordou. A criação dos filhos deveria ser algo feito com muito cuidado. Crianças necessitam de um cuidado especial, mas como? Vivemos em um tempo e em uma geração em que temos tantos afazeres além de ter que investir na nossa carreira, tentar ganhar mais dinheiro (até pra dar uma vida melhor pros nossos filhos) e como consequência disso deixamos o que temos de mais precioso fora das nossas prioridades, abrimos mão de um tempo de qualidade com nossos filhos ou conjuges, mas dificilmente abrimos mão de uma hora extra no trabalho, um "biquinho" pra ganhar um dinheiro a mais no final do mês, e o que fazemos? Geramos relacionamentos quebrados, famílias desestruturadas, onde é mais do que natural a mãe assistir a novela no quarto, o pai assistir o jogo na sala e os filhos fazendo qualquer outra coisa ou em seus quartos, ou em casas de amigos, distância, distância, distância...não posso filho, não dá tempo...essa é a nossa vida. Sempre pensamos que estamos fazendo o melhor, mas estamos abrindo um buraco nas nossas famílias, conquistamos grandes e lindas casas, mas lares caindo aos pedeços, construídos na areia. Somos da geração do fastfood, precisamos resolver tudo da maneira mais rápida possível, não deu certo separa! E aí mais dor, mais tristeza, traumas nas nossas vidas e vidas dos nossos filhos. Devemos realmente prestar mais atenção com o que estamos fazendo com a nossa família, como estamos contribuindo pra formação de caráter dos nossos filhos, o quanto estamos cedendo para o bem do próximo (nesse caso os de dentro da nossa casa). Até lembrei de algo que um pastor falou "vivemos falando pros nossos filhos: não mente pra mim, mentir é feio! Mas quando o telefone toca e ele atende você fala: diz que eu não tô!"kkkkkkkk Como assim?? Mentir não é feio?? Ou então fazemos assim: a criança nasce e é o centro das atenções, cresce um pouquinho e dá suas primeiras palavras, aí chamamos os parentes os vizinhos e ficamos fala isso pra vovó, fala aquilo pra titia, depois a criança cresce um pouquinho fala que nem uma matraca e a gente reclama, cala a boca! Criança chata! Vou te bater! Como é forjado esse carater?? É pra falar ou calar a boca?? Precisamos ser mais atentos e cuidadosos, porque além de tudo crianças tem sentimentos, sentem falta dos pais e sentem quando as coisas não estão boas dentro de casa, muito cuidado porque mais importante do que quanto de dinheiro vamos deixar é o legado que fica de geração em geração!

    ResponderExcluir
  2. Esses lares com bivalência de palavras, do tipo dá um tapa na criança e fala "isso é pro seu bem, porque eu te amo" gera crianças agressivas (nem sempre, porque nem todo mundo é igual), muito complicado nos dias de hoje realmente, mas até mesmo quando se tem tempo, muitos pais não querem dividi-lo, porque chega fim de semana e desconversa falando que está cansado da semana de trabalho e quer descansar, sei que é difícil pra todo mundo, não quero julgar ninguém, mas é preciso que as pessoas planejem melhor antes de ter filhos, porque todo mundo sabe que filho gera despesas, demandas de tempo, etc. mas muitos não estão dispostos a arcar com tudo que vem junto.

    ResponderExcluir
  3. Sou filha e sou mãe desde os 15 anos de idade. Acredito que o problema não é o brinquedo e sim o modo como este é usado. Existem casos e casos.... Tem pais que não dão atenção para os filhos. tem filhos que, principalmente quando chegam na adolescência, acham que são totalmente donos da verdade (já fui assim)e tudo culpam os pais. Tem pais que amam seus filhos mas não sabem educar (fazem todas as vontades pensando estar fazendo o melhor). Tem filhos que só querem saber de criticar e receber, mas também não sabem chegar perto de seus pais e agradá-los, fazer um carinho, dar um beijo, dizer eu te amo.... Tem pais que acham que castigo não resolve, só revolta... Outros acham que uma palmadinha (não é espancar) algumas vezes se faz necessária... Quando somos somente filhos, achamos que nossos pais tem todas as respostas, que sabem de tudo. Não é assim... Somos imperfeitos como vocês, precisamos de carinho tanto quanto vocês... Uma palavra amiga. É claro que não podemos generalizar e achar que por trabalharmos fora (bronca do chefe, trabalho extra, preocupações quanto a prazos..) , ter dívidas (condomínio, luz, água, gás, colégio das crianças, carro, impostos, comida, roupas, médico..) lazer (levar a criança para passear, tratar do cachorro, gato, dançar, cantar...) devemos esquecer da coisa mais importante em nossa vida... nossa família.... Acredito que tanto os pais, quanto os filhos, devem e podem ceder, e sempre com muito amor tentar ajudar uns aos outros... Se naquele dia o filho está com "o ovo virado", cabe aos pais tentar conversar ou até mesmo ficar em silêncio (saber ouvir) e posteriormente (quando o filho estiver mais calmo, dar sua opinião). Se for o inverso, o filho também pode muito bem aprender a fazer o mesmo. Só o amor constrói (para nossa alegria...kkkkk). O problema é que na maioria das vezes, tanto pais quanto filhos, ficam com "ovo virado" juntos e acabam fazendo uma omelete...kkkkkk

    ResponderExcluir